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A RONDA

A ronda começa quase sempre no fim dos bailes, quando a noite é alta e por vezes escura.

 

Do terreiro ou da casa do baile destacam-se os moços, o tocador da banza (a viola de Povolide), do pífano e, modernamente, do harmónio, organizam um grupo e em breve se ouve o nacional fandango, ao som da viola, repenicada a capricho.

 

Os moços entram em desafio, cada qual improvisando cantigas, ao lado dos tocadores, de rua em rua, pelas portas das namoradas, fazendo às vezes coro com o canto dos galos.

Não é a ronda exclusiva dos dias de festa, e representa a velha serenata, em que aparecem por vezes notáveis repentistas, que fazem lembrar os trovadores doutras eras.

O entusiasmo dos moços nas suas respostas prontas não é inferior ao dos tocadores, especialmente ao da viola, que executa alegres ponteados (variações) num movimento de dedos que causa admiração.

Não é raro aparecerem raparigas cantando ao desafio com rapazes, no terreiro ou nas casas de baile, ficando muitas vezes triunfantes nessa luta.

FONTE:

TERRAS DE RIBA-CÔA. MEMÓRIAS SOBRE O CONCELHO DO SABUGAL

Joaquim Manuel Correia - Lisboa 1946

Aldeia de Rendo., criado com Wix.com

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